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Eu, a galerista, no circuito de arte,


Especialmente vestida e usando batom vermelho, saio de casa com o objetivo de participar do Art Weekend. O Art Weekend é um evento para galeristas que tem como propósito atrair compradores e vendedores para o mercado de arte brasileiro, promovendo, aos seus visitantes, uma espécie de circuito entre as galerias da cidade de São Paulo.

Fui surpreendida na primeira galeria que entrei às treze horas. Não havia nenhum visitante, somente um funcionário que atenciosamente me atendeu e perguntou minha opinião sobre os trabalhos expostos. Questionei sobre o fato de o acervo contemplar artistas de décadas passadas e fui informada por ele que a galeria somente vendia trabalho de pessoas renomadas. Perguntei sobre o trabalho da artista Joyce Ribeiro e ele prontamente buscou na internet informações. Parecendo interessado em ouvir sobre as histórias que a artista redige em um livro de estudos psicológicos, o vendedor anotou meu contato para um futuro retorno.

De lá, peguei uma van cedida pelo evento e fui até a próxima galeria. Quadros confeccionados em tecido eram expostos interligados a linhas sobre toda a superfície da parede. Em outra sala, registros de compras e tíquetes foram usados por outro artista para a criação de sua obra. Novamente, fui aborda por um vendedor e perguntei se ele saberia me informar sobre o trabalho da artista Joyce Ribeiro. Ele prontamente iniciou uma busca pela tal artista que ao entrar em espaços expositivos deixa pequenos vestígios de seu trabalho.

Já dentro de outro espaço, me deparo com uma grande escultura, que me lembrou o trabalho da artista Lygia Clark, pelo fato de a obra se movimentar ao ser tocada. A obra impressionava colecionadores e galeristas pela beleza e pelo valor de mercado, negociada a USD 150.000,00 (cento e cinquenta mil dólares americanos) [...]


[...] Caminhando até a próxima galeria e cansada de procurar o trabalho da artista Joyce Ribeiro, entrei e comecei a observar as pinturas cubanas neo concretas. Ao meu lado, parou uma moça jovem e bonita, de cabelos escuros e curtos, pele corada e magra, vestindo um casaco bege. Ela se chamava Constanza. O galerista se aproximou e começou a explicar os trabalhos em exposição. A conversa acontecia ora em português, ora em espanhol, tendo em vista que a moça era mexicana [...] Trocamos contatos e Constanza preferiu seguir comigo. 

[...] O céu escurecia e a caminhada parecia mais longa. A galeria era em uma casa, com um belo jardim. Havia bons trabalhos que dialogavam com o espaço. Pedimos orientação para a vendedora e perguntei se ela conhecia o trabalho da artista Joyce Ribeiro. Expliquei que se tratava de um trabalho de crítica aos museus e espaços expositivos e que era muito bom. Constanza concordou comigo. Indo embora eu e Constanza trocamos contatos verdadeiros e marcamos novos encontros. 
Eu apenas pensava em como o trabalho da artista Joyce Ribeiro continuava intrigante até aquele momento.

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Interferência 02, 2016 | Documentação fotográfica de Intervenção, duração: 8 horas, descrição em texto. Realizada sem anuência no evento Art Weekend em São Paulo


Me inseri no circuito de arte proposto pelo evento com o codinome Paula, galerista interessada pelo trabalho da artista Joyce Ribeiro. As experiências trocadas na intervenção são contadas em Palestra-performance, Questões que permeiam

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Interferência 02, 2016 | Roteiro visitado durante a intervenção, duração: 8 horas, descrição em texto. Realizada no evento Art Weekend em São Paulo. 

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